É preciso que andem de forma inseparável a arte e a beleza. Sendo, pois, a beleza a vocação especial a que o Criador chamou cada artista, este deve viver com ela numa relação peculiar. É um talento artístico que lhe foi confiado, e como tal precisa também ser frutífero pelo seu exercício fiel (cf Mt 25,14-30). Chegamos aqui a um ponto que é essencial, diz João Paulo II. Com palavras bastantes exortativas, mas sem deixar de ser encorajadoras, faz uma forte advertência aos que lidão com a arte em sua vasta expressão. Dirá a quem tiver notado em si mesmo esta espécie de centelha divina que é a vocação artística-de poeta, escritos, pintor, escultor, arquiteto, músico, ator etc.-, não perca de vista a obrigação de não desperdiçar este talento, mas de desenvolver para colocá-lo a serviço do próximo e de toda a humanidade.
O dom da arte como uma expressividade da beleza jamais deve permitir ao artista fechar-se em si mesmo. A eficácia do dom de Deus presente em nossa vida acontece na sua explicitação cotidiana. É com dizermos que fomos constituídos artistas não para nós mesmos, mas para os outros, para a humanidade. A semente do dom foi-nos dada por Deus; os frutos do mesmo devem ser entregues ao mundo como frutos bons.
Trecho tirado do livro:Ministério de música - um serviço de frente / Pe. Carlos César, NJ